Capítulo 3
A alma permanece com todas as células e órgãos |
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Quando dizemos que dessa maneira os batimentos do coração constituem vida destinada a ligar a alma, e que até a completa parada desses batimentos a alma não se separa do corpo, muitas vezes nos perguntam: Se com a aplicação de um coração artificial o movimento cardíaco nunca pára, então, nesse caso, o homem jamais morrerá?
Em nosso país, entre os objetos de adoração nos santuários encontram-se freqüentemente espelhos, espadas, pedras etc.; isto acontece porque os espíritos divinos habitam também os seres inorgânicos. Do mesmo modo, mesmo num órgão artificial habita uma alma humana. E então um homem poderia viver eternamente, se ele colocasse em seu corpo um coração artificial que pulsasse eternamente? Isso seria impossível!
A alma humana liga-se não só ao coração, mas impregna igualmente cada órgão e cada célula; por essa razão, se os órgãos importantes, além do coração, perderem sua função, a alma não poderá mais sustentar o corpo e, mesmo que o coração artificial se movimentasse, a alma se separaria de todo o corpo, voltando ao mundo espiritual.
A ciência contemporânea esclarece que o intelecto, o sentimento e a vontade humana nascem do cérebro, principalmente da parte superior do encéfalo (novo córtice). Já é notório que o cérebro domina essa atividade espiritual, porém, o que é que faz funcionar assim cada parte do cérebro? É a alma, que é imanente no corpo; a alma possui intelecto, sentimento, vontade etc. O cérebro apenas exerce fielmente sua tarefa no mundo real, ligando-se à alma. Tendem a supor como morte do indivíduo a morte funcional do cérebro, pois isso retira do homem as funções reais de consciência e movimento, inclusive de intelecto, sentimento e vontade; mas a alma, que permanece no corpo com o coração ainda a palpitar, existe sem a perda de sua função, mantendo sua completa personalidade com intelecto, sentimento e vontade.
Conseqüentemente, por incrível que pareça, o transplante de coração durante a morte cerebral muitas vezes transmite ao receptor até mesmo a alma do doador. No livro O coração recorda notas de um paciente de transplante de coração, pela editora Kadokawa (título original: Change of Heart: troca de coração, de autoria da americana sra. Claire Sylvia, que sofrera simultâneo transplante de coração e pulmão em 1988), encontra-se uma clara descrição de que mesmo o caráter, o gosto e as lembranças do doador podem ser transmitidos ao receptor. Recebendo órgãos transplantados, recebi igualmente a alma do doador escreveu a senhora. Além disso, há também um livro semelhante, intitulado O código do coração (título original: The Hearts Code), de autoria do Dr. Paul Pearsall, imunólogo em psiconeurose (edição da Kadokawa-shoten).
O coração tem relação peculiarmente sólida com a alma e, no caso de transplante de coração, acontece freqüentemente que até mesmo a alma do doador é transplantada. Após o transplante a alma do doador às vezes convive no receptor, às vezes faz o receptor sofrer por sentimento de vingança, mas, em todo o caso, a alma deve vagar na Terra, não podendo ressuscitar imediatamente no mundo espiritual. Mormente no caso em que se retira um órgão sem a permissão do paciente, o sentimento de vingança, parece-me, torna-se mais profundo.
Ademais, do ponto de vista biológico podemos constatar a relação entre alma e coração, ou alma e cérebro. No período em que o homem se acha no útero da mãe, com o nome de embrião, i. é, 18 ou 19 dias (depois de entrar na terceira semana) após a fecundação, o rudimento do coração se forma, começando o movimento rítmico. Ao contrário, o rudimento do cérebro, como se diz, forma-se mais tarde, quer dizer, cerca de 32 dias (depois de entrar na quinta semana) após a fecundação. Este fato prova que o coração tem relação muito profunda com a vida, relação essa que começa mais cedo e que é mais original que a do cérebro.